Linkin Park Maníaco

Chester cedeu uma entrevista ao Herald Sun onde fala sobre o Dead By Sunrise, sua vida pessoal, Linkin Park e sobre Mike Shinoda.
Confira a matéria completa :

Chester Bennington experimenta o gosto do poder e isso o deixa nervoso.
O cantor do Linkin Park tomou um afastamento temporário de seu refúgio de multi-platina para tentar a sorte conduzindo sua própria banda, Dead By Sunrise.
E ele está encontrando coisas que são diferentes, quando você está no comando.

“No Linkin Park eu tenho um papel que eu faço – Posso entrar, ouço música, posso dizer se eu gosto de alguma coisa ou não mas eu deixo isso para os caras que tocam os instrumentos para fazer as suas coisas e trabalharem com os processos de composição música”, diz Bennington.
“Então, assim que eles conseguem algo realmente criativo, eu faço o meu trabalho – eu escrevo algumas letras, eu faço as melodias”.
“No Dead By Sunrise, faço mais coisas, de diferentes maneiras, onde eu estou escrevendo as músicas, eu estou ditando muito do estilo mas estou deixando todos colocarem a sua opinião ou dar o seu feedback ou fazer as coisas da maneira que eles pensam que é legal. Então, é realmente diferente para mim poder me meter em qualquer assunto, por assim dizer”.

Mas a posição de líder de banda, não é tão fácil para ele.

“Isso me deixa meio nervoso. Se isso não faz me bem, é porque minhas músicas não estão boas, porque estas são as canções que eu trouxe. Essa é a realidade”, diz ele.
“Então isso é um pouco assustador, pensar que é uma possibilidade. Mas eu realmente sinto que fizemos um bom álbum e até agora as pessoas que ouviram, gostaram ele. Salvo algumas excessões que gostam de me encher o saco, espero que isso não aconteça mais”.

O Dead By Sunrise (ou DBS, como Bennington já está o chamando, da mesma forma que chama a sua outra banda de LP), tem sido produzida há um bom tempo.
Bennington começou a trabalhar em um projeto solo, na pausa do Linkin Park, em 2005.

Até o momento, ele estava promovendo seu mais recente álbum da banda, Minutes to Midnight (2007), o Dead By Sunrise tinha um nome e tornou-se uma banda – os dois outros integrantes são membros antigos do Orgy, Ryan Shuck e Amir Derakh.
Mas o trabalho tem sido feito até agora, para produzir o álbum do Dead By Sunrise, Out of Ashes, fora do estúdio e fora de armazenamento.

“Parece que temos trabalho nessas coisas sempre”, diz Bennington, com apenas um pouco de eufemismo.

Embora não tenha como ouvir a banda e não reconhecê-la como o trabalho do “cara do Linkin Park”, ele tem as suas diferenças.
É muito mais levado pro rock, desde o início. E , embora tenha letras que o Bennington fez no Linkin Park, as vezes, ele tem a necessidade de contar uma história em paralelo com a banda que o MC Mike Shinoda está produzindo; no Dead By Sunrise, Bennington estava livre para limpar a sua própria sujeira.

“As pessoas terão uma visão um pouco mais pessoal da minha vida e talvez, ver o tipo de compositor que eu sou”, diz ele.

Não é sobre ser honesto, pela primeira vez – ele sempre foi assim.

“Eu sempre fui bem a frente, especialmente nas letras, com a minha música. Acho que essa é a semelhança real entre o LP e o Dead By Sunrise”.

Neste álbum, Bennington tem uma espécie de purificação de compositor. O nome da banda e o título do álbum se referem a sua baixa e sua eventual ascensão de um período em que ele estava fazendo – como ele coloca, em termos de PC – se divertindo demais.
Ele estava se auto-destruindo, ele estava viciado em álcool e várias outras substâncias e seu primeiro casamento estava desmoronando (ele se divorciou em 2005).

“Eu vi o diabo em um sorriso, eu encontrei a salvação em um frasco, o meu final feliz só existe em meus sonhos”, Bennington canta em My Suffering.
“Quando eu estava passando por isso, eu estava realmente tentando esconder isso – pelo menos na minha cabeça que eu estava tentando esconder. Eu não sei se eu fiz um trabalho muito bom para esconder isso”, ele diz. “Mas eu não quero que todos saibam o quão ruim que eu fiquei. Então, um monte de coisas mais reveladoras foram escritas depois, olhando para trás, como ‘OK, eu estou bem com isso agora, eu posso lidar sendo mais aberto sobre minhas experiências ao longo dos últimos dois anos’”.
“Então isso foi realmente libertador para mim. Foi muito interessante olhar para trás e ter esse tipo de perspectiva”.
Mas algumas das canções foram escritas, ele diz que “enquanto eu estava passando por toda essa loucura… Coisas que não tinham nada a ver com essa queda, uma espiral descendente desse tipo de coisa”.

Hoje em dia, é claro, Bennington está feliz, se casou e tem uma “ninhada de crianças”.
Os quatro filhos da sua casa, não há muito tempo, se tornou cinco

– “Uma das minhas sobrinhas mora com a gente, o que é muito legal. Então acho que tive uma garota de 14 anos em algum lugar, ao longo do tempo…”

Foi uma maravilha o que sua mulher, Talinda, fez sobre toda a escuridão do Out of Ashes.

“No início, poderia ter sido um pouco estranho”, Bennington disse sobre a reação de sua esposa. “Foi como: ‘Você realmente quer que todos saibam tudo isso?’”.
“Honestamente, o que eu realmente tenho que esconder?
Se eu não posso ser honesto sobre o que estou sentindo e sobre a minha vida, então o que eu vou escrever? Inventar coisas?
Se você fizer isso com muito bom gosto e você faz isso de uma forma que não é pornográfica; se não surgir como algo sendo sujo e um pouco assustador, então eu acho que está tudo OK”.
Mas você fazia coisas sujas ou assustadoras?
“Não”, Bennington diz com uma risada. “Eu sou totalmente 100 por cento puro, nunca fiz nada de errado ou estranho na minha vida”.

Apesar de arrancar o seu coração nas suas músicas do Dead By Sunrise, ele desabafou, Bennington disse que não foi isso o que o salvou.

“O maior epifania para mim durante este período, foi perceber o valor que eu tinha colocado no material que eu tinha. Essa foi a parte mais difícil para mim, descobrir que eu tinha realmente associado meu sucesso com as coisas que eu tinha acumulado, como dinheiro, carros e casas, coisas assim”.
“Quando isso tudo foi embora, quando todos desapareceram, eu me senti como, talvez, que eu não era mais bem-sucedido e eu me sentia um fracassado. E isso foi realmente difícil, se sentir assim”.
“Isso realmente foi no início da queda do meu estado mental, um pouco. Então eu tenho a minha s— junta e me tirou fora dessa, com a ajuda dos meus amigos, da minha família e da minha linda esposa”.

Estes dias, Bennington contou o sucesso que apenas está vivendo. “O sucesso é se você pode fazer isso através da vida – você mostrou algo pra fora, você sabe o que quero dizer?”, diz ele com uma risada.

“Eu ainda estou fazendo o que eu amo fazer, vou estar com minha família, o tanto quanto que eu querer, eu começo a trabalhar sempre que eu sinto vontade de trabalhar, e tenho que parar de trabalhar quando estou fazendo isso demais”.
“Eu não tenho que me levantar e ir para um trabalho, que eu odeio todos os dias, como um monte de gente tem que fazer para pagar as contas. Então, eu estou totalmente bem dessa forma”.
Seu outro trabalho, o Linkin Park, ainda está na ativa, por trás de tudo isso.
Eles já escreveram o sucessor do Minutes to Midnight e seu vocalista, está mais do que confiante sobre sua direção. “Nós estamos sempre tentando fazer algo que é diferente do que fizemos antes e agora, finalmente temos a coragem de fazer isso”, diz Bennington.
“Nós estamos em um lugar onde estamos escrevendo muito e isso é muito bom.”

Mas ele não deixa claro quando vai sair as novas músicas do Linkin Park e Bennington vai ter que colocar o Dead By Sunrise de lado.

“Volte a falar comigo em um ano e eu vou deixar você saber como é trabalhar com tudo isto”, diz ele.
“Estou apenas começando a colocar todo o material junto e ver como eu posso trabalhar no Linkin Park e na turnê com o Dead By Sunrise e conseguir estar em casa o suficiente, para passar o tempo com meus filhos, para que eles não sintam que eu sou um grande idiota, que os sempre deixam em casa”.

Seu companheiro de Linkin Park, Shinoda tem pelo menos alguma experiência para passar, já que ele passou por esse tipo de coisa, com o seu próprio projeto de hip-hop, o Fort Minor, com o álbum The Rising Tied, de 2005 (quando Bennington estava usando o tempo de pausa para, bem, se divertir).

Não foi um álbum ruim, mas ele não fez um grande negócio. Assim, Shinoda ajudou Bennington a moderar grandes expectativas.
“Ele me deu um monte de bons conselhos”, disse Bennington. “Não vá lá fora, esperando para ser tratado como se você estivesse no Linkin Park, que eu acho que um monte de caras da banda podem achar – ‘Nós vamos sair por aí e termos um outro projeto que vai ser ENORME!’”.
“Eu aprecio isso. Mike é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Ele é um dos meus melhores amigos. Eu o amarei até a morte, ele é um cara incrível, super-talentoso, qualquer coisa que ele me diz, eu gosto muito de ouvir”.
Então, quais são as expectativas de Bennington para o Dead By Sunrise?
“Isso se tornou uma coisa, que é algo muito especial para mim. Então, tudo o que realmente importa, é o que as pessoas que terem o álbum, gostem do álbum do começo ao fim”, diz ele.